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Eu juro que queria que você estivesse prestes a ler uma resenha elogiando The Wind Weaver em sua totalidade. Mas, queridos leitores, infelizmente tenho MUITAS ressalvas quanto ao desenvolvimento desse livro e várias falhas cometidas pela autora Julie Johnson.
Quando participei do Mochilão da Record em abril, The Wind Weaver foi apresentado como uma nova versão de ACOTAR — promessa ousada, né? Só que o que encontrei aqui passou longe de causar o mesmo impacto. E eu vou explicar cada detalhe para vocês.
O enredo gira em torno de uma profecia que envolve os quatro elementos mágicos — água, terra, fogo e ar. Quando unidos, esses elementos restaurariam a magia e expulsariam a praga que assola Anwyvn. Os escolhidos para carregar essa missão são chamados de Remanescentes. O problema? Há séculos um desses elementos nunca é encontrado.
Quando um feérico que carrega um elemento morre, uma nova pessoa nasce com o mesmo dom. No entanto, com a perseguição constante aos feéricos, sobreviver já é praticamente impossível — e sem sobrevivência, não há como reunir os quatro Remanescentes.
É nesse contexto que conhecemos Rhya Fleetwood, uma jovem de 20 anos que cresceu escondida dos humanos em Seahaven. Filha de uma humana que a ensinou a se proteger e a disfarçar sua verdadeira origem, Rhya passou a vida escondendo a marca de nascença entre seus seios — sem imaginar o que ela significava.
Em um dia fatídico, sua vila é invadida por humanos caçando halflings, e Rhya é forçada a fugir de casa e abandonar tudo. Ela acaba capturada, torturada e prestes a ser enforcada… até que é levada por Scythe, o temido comandante do rei, para as Terras do Norte.
Ao longo do caminho, Rhya descobre que a marca que carrega no peito não é comum — ela representa o elemento Ar. Isso a torna a tão esperada quarta Remanescente. Agora, além de aprender a dominar seus poderes, ela precisa lutar contra monstros desconhecidos das Terras do Norte, fugir de Saqueadores, do Rei do Sul, lidar com o mau humor constante de Scythe e, principalmente, tentar ignorar os sentimentos cada vez mais confusos que começa a nutrir pelo seu captor.
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Imagens gerada por IA - The Wind Weaver: A guardiã do vento |
A escrita é boa… mas nem tudo salva
Preciso admitir: a escrita da autora é muito boa. Julie Johnson descreve bem as cenas, e a leitura flui com leveza. No entanto, após a página 200, alguns diálogos se tornam arrastados e repetitivos — como se a autora estivesse apenas enrolando a trama. Até a chegada dos personagens a Caeldera, tudo funcionava bem. Mas depois… vieram várias cenas envolvendo o Scythe que me deixaram com raiva.
Scythe, apesar de ter menos de 150 anos (o que é jovem para um feérico), age como um adolescente mimado: grita, manda, reclama e desaparece da narrativa quando mais se precisa dele. O erro da autora foi não desenvolver esse personagem de forma adequada, tentando claramente replicar o que vimos em ACOTAR. Uma pena, porque já estamos cansadas dessas inversões forçadas de papéis. E, sim, Julie, você tem talento para entregar algo muito maior do que isso.
Rhya é uma protagonista forte, com garra, e praticamente carrega o livro nas costas. Mesmo jovem, ela se vira sozinha, busca evoluir e não aceita ser subjugada — mesmo quando o queridinho do Scythe tenta prendê-la. No entanto, a personagem caiu bastante no meu conceito quando praticamente implorou para ser tocada por ele. Para mim, foi o fim.
A Guilda Flamejante é o círculo de guerreiros de Scythe formado por Jac, Farley, Uther e Mabon — e, sinceramente, eles brilharam! Jac é carismático e engraçado, traz leveza às cenas e me ganhou de cara. Também vale destacar o protagonismo de Soren (ainda mais após o final do livro). No começo, eu só queria que a Rhya ficasse longe dele, mas depois de tudo o que ele fez… virei fã. Só que, claro, a autora já conduz o leitor para esse caminho.
Há uma cena totalmente desnecessária envolvendo um parto que me tirou completamente da imersão — um clássico “encheção de linguiça”. Outra coisa que me irritou: o futuro triângulo amoroso. Sério, será que no segundo livro ela vai seguir com isso? Espero que não. E por fim: a autora mata um personagem só pra chocar, sem construir nenhum impacto real. Isso empobrece a narrativa, e pra mim foi um ponto baixo.
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E o final?
O desfecho traz uma pequena guerra — o que provavelmente será o gancho do próximo volume. Gosto quando há espaço para vingança e tensão futura. Não senti que o final foi apressado, mas faltaram justificativas plausíveis para certos acontecimentos. Por exemplo: Rhya luta o livro inteiro pra dominar o ar… e de repente, com meia dúzia de palavras do Soren, ela salva o mundo? Não me convenceu. "Inimigos" se ajudando do nada. Criaturas surgindo do além. Faltou construção, faltou coerência.
The Wind Weaver não é um livro ruim — só exige paciência. Se você estiver com tempo livre e tolerância para personagens rasos e um enredo previsível, pode ser uma leitura interessante. Algumas cenas de aventura são muito boas (destaque para a da ponte e da centopeia!). Só não vá esperando o novo ACOTAR, porque vai se decepcionar.
Espero que leia e tire suas próprias conclusões! 💨🔥🌊🌱
📚 Avaliação: ⭐⭐✩✩✩ (2,5/5)
Autora: Julie Johnson
Ano: 2025
Tradução: Ray Tavares
Páginas: 476
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐/5
Oi LIh! Que pena não ter atingido suas expectativas. Essa ideia de comparar com outros livros é um tiro no pé. Vamos ler esperando algo e quando não encontramos é frustrante. Quero ler, mas já vou não esperando muito.
ResponderExcluirBjos!!
Moonlight Books
@moonlightbooks
Oi!
ResponderExcluirSobre essa comparação com ACOTAR me fez lembrar do porquê eu não aproveitar tanto da moda dos livros com fae que estão lançando ultimamente, eles comparam com ACOTAR e às vezes até quem escreveu se inspirou na obra e eu não me empolgo tanto com a leitura.
Beijão
https://deiumjeito.blogspot.com/