Landon e Shay |
Autora: Brittainy C. Cherry
Editora: Record
Ano: 2024
Páginas: 350
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Minha avaliação: ⚝⚝⚝⚝⚝ |🌶️ HOT
Sempre gostei muito do estilo narrativo de Brittainy C. Cherry; suas histórias carregam uma emoção intensa e uma profundidade que poucos autores conseguem transmitir. Já tive o prazer de ler a série Elementos (O Ar que Ele Respira, A Chama Dentro de Nós, O Silêncio das Águas e A Força que Nos Atrai), além de títulos como Vergonha e o primeiro volume de Landon & Shay, que, até então, nunca haviam me decepcionado. Contudo, nenhum outro livro da autora me causou tanta frustração quanto Landon & Shay (Volume 2).
Veja a resenha de Landon & Shay (Volume 1) [aqui].
Depois de terminar o primeiro volume e perceber o imenso potencial que a história desses dois personagens tinha, decidi comprar o segundo livro em edição física; afinal, eu realmente acreditava que valeria a pena ter esse título na minha coleção pessoal. Hoje, porém, sei que ele ficará apenas como enfeite na prateleira, porque, infelizmente, o conteúdo deixou muito a desejar.
O enredo começa exatamente do ponto em que o primeiro volume terminou: Landon decide deixar a cidade durante sua adolescência para focar em sua saúde mental. Durante esse período de afastamento, ele mantém contato com Shay através de cartas e, sempre que possível, retorna à sua cidade natal para vê-la. Entretanto, ao longo dos anos, especialmente quando Shay já está na faculdade, a relação dos dois começa a desmoronar; inúmeras questões surgem para abalar o romance, desde a ascensão de Landon no mundo cinematográfico e publicitário até as cobranças da fama que acabam afetando sua saúde mental. Ele abandona o acompanhamento psicológico, e, como se não bastasse, um acontecimento familiar desperta inúmeros gatilhos que o levam a um rompimento definitivo com Shay.
Shay, por sua vez, tem como “erro” amar demais, e, nas idas e vindas de Landon, eu realmente senti pena dela; no entanto, não posso ignorar que ela mesma permitiu que a situação se arrastasse dessa forma. A vida pessoal de Shay é marcada por instabilidades; ela se culpa por não alcançar o sucesso que almejava, já que os roteiros que escreve passam despercebidos, e ela se encontra presa a um emprego como atendente de café, o que, claramente, não era o que ela imaginava para si mesma. Para piorar, ela descobre que seu “namorado” a traiu, mas, mesmo diante disso, parece emocionalmente apática; após o término com Landon, sua vida amorosa se tornou inexistente, e, como sua mãe, ela simplesmente perdeu a fé nos homens.
Minha decepção começou logo no início do livro, quando percebi que os personagens, em vez de amadurecerem, pareciam ainda mais desgastados e desestruturados. O que encontrei foi uma história destruída, que, na minha visão, foi mal trabalhada; a autora não soube aproveitar a conexão genuína que o casal demonstrou no primeiro volume. Na metade do livro, eu quase desisti, tamanha era a monotonia da narrativa e a falta de profundidade no desenvolvimento dos conflitos.
O ponto central da trama gira em torno de um mal-entendido: Shay acredita que Landon a deixou por um motivo específico, mas a verdade é bem mais grave. A abordagem da autora sobre a depressão foi, para mim, o aspecto mais frustrante; esse é um tema incrivelmente sério, mas foi tratado de forma superficial, como se pudesse ser resolvido com o simples reencontro de um casal apaixonado. Landon enfrenta situações extremamente complexas, incluindo o abandono de tratamentos médicos, uma overdose e os gatilhos emocionais decorrentes de seu passado; no entanto, tudo isso é apressadamente remendado em nome do romance, o que passa uma mensagem irreal e irresponsável. Depressão é um assunto delicado, que exige atenção e profundidade, e a forma como foi retratado aqui simplesmente não me convenceu.
Shay, por outro lado, teve momentos em que foi insuportável, especialmente em sua relação com a mãe; ver uma mulher madura implicando com a vida amorosa de outra foi de uma imaturidade absurda. Sinceramente, isso me irritou profundamente.
Esse foi, sem dúvida, o pior livro que já li de Brittainy C. Cherry, e é triste dizer isso porque sou fã de seu trabalho; fiquei arrasada por não conseguir uma senha para vê-la na Bienal do Livro em São Paulo. Apesar dessa decepção, ainda tenho esperanças de que seus próximos livros sejam melhores; continuo acreditando no talento da autora e torcendo para que ela volte a me emocionar como antes.
Confira as resenhas dos outros títulos da autora:
SÉRIE ELEMENTOSVERGONHA